sexta-feira, 9 de março de 2012

Minha esperança, minha Aracaju

Minha linda Aracaju, vivo longe, mas não te deixo porque quero viver sempre por perto... seu cheiro e sua aurora, mesmo quando chove, não me rodeiam, me entremeiam e me fazem ser.
Meu ser está em você e você me faz, assim, tão manso, tão guerreiro, tão ávido. Sua mão me beija e a sua voz me acaricia, mesmo quando o que me deixa é só a sua saudade. É uma pena o que fazem com você agora...
Só vejo coisas que a povoam desde cima, não escuto tua brisa nem o gosto do seu sol. É doído... pisar teu solo porque vejo que ele tem dono e o dono da conivência. Mas, não te abandono, te quero minha e contigo estarei.
Eles vão passar e nosso coração está e estará unido no amplexo surdo de nossa indissociabilidade materna.
Já ouço a sua possibilidade que é um mar... pronto, ali, esperando...
Por enquanto, vou te lutando pra que sejas um dia de teu povo. Terá seus mangues, seus bosques... suas ruas, seu âmago, tudo será vivido com um vívido sem donos que impedem circular... que mandam, que pagam, que compram.
Não importa que vendam, nosso brilho está em nossos pulsos e nossos olhos estão marejados do nosso suor, nosso sangue carrega as pedras do novo dia.

Que não saia dos nossos sonhos, porque de te sonhar, seremos mais, muito mais. Dos vividos tempos, seremos-sempre para ser sempre-aí.

Humberto/Betinho Góes - em homenagem aos 157 anos de Aracaju.