quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Montevidéo em bicicleta - 21 de janeiro

A capital Uruguaia parecia pequena e, segundo todos os que a visitam, é pequena. Movido por esta crença, na cidade quase plana, resolvi conseguir uma bicicleta para passar o dia, percorrer as ruas, conhecer as praias...
Na segunda-feira, foi um susto ao sair do hostel e encontrar tudo exatamente como nao era antes. A pressa, a fumaça dos carros e ônibus, o barulho, a quantidade de pessoas... essa nao era a Montevidéo que bailava ao vento, como no dia anterior.
Fui até o hostel "Ciudad Vieja", indicado pelo pessoal do Che Lagarto, para alugar uma bicicleta. Mas, sem encontrar alguma bicicleta em condiçoes de, ao menos, andar, o baixo preço foi apenas uma forma de me deixar chateado. Principalmente, quando chego no Montevidéo hostel para alugar e qualquer bicicleta custava o dobro.
Como queria conhecer mais rápido e percorrer distâncias mais consideráveis do que aquelas que posso fazer em mesmo tempo à pé, aluguei a bicicleta. Isso me custaria o almoço, mas aluguei a bicicleta.
Rapidamente, me dirigi à costa. Ao longo de 19km, passando pelas praias de Pocitos, do Bueceo e dos Ingleses, percorri as margens do Rio da Prata quase confundíveis com o oceano Atlântico.
Nao sei se por que se já tinha caminhado e andado de bicicleta tantos dias, além de ter mais hemácias por causa da altitude que enfrentei no norte da Argentina, no Chile e na Bolívia, nao sentia o esforço. Imprimia boa velocidade e em três horas, percorri os 38km de ida e volta por uma parte da costa de Montevidéo. Só assim, decobri que nao se trata de uma cidade pequena, como, de fato, imaginava. Quando pensava que a cidade se acabava, uma nova enseada se abria ao final de outra...
A cidade linda, moderna, antiga, de algumas poucas subidas e descidas, se mostrava para mim.
Ao chegar próximo do Centro, resolvi desviar da costa e entrei pelo Parque Rondó. Agora, por dentro da cidade, disputava o trânsito com outros tantos ciclistas, carros, motos e ônibus para ver lugares mais distantes, ainda nao visitados.
Depois de 6h30min, agora sim, destroçado, sem forças, tinha que devolver a bicicleta e voltar para o hostel, a poucos quarteiroes de lugar em que deixaria a companheira daquele dia.
Quando cheguei no hostel, tentando comer alguns doces que havia encontrado pelo caminho, se acerca de mim, Ana, uma da pessoas que trabalham na limpeza do hostel. Ficamos conversando por um tempo, até que a ofereci alguns doces. Estava com fome, mas, recuperadas as energias, já nao aguentava mais olhar para coisas com açúcar.
Em seguida, chegou Gisele, uma outra brasileira do Rio Grande do Sul, formada em Administraçao, que tinha vindo passar uns dias em Montevidéo e estava trabalhando uma parte do dia no hostel para pagar sua estada. Conversávamos ate que chegou um rapaz de Salvador e se integrou por um momento ao nosso diálogo. Bom, neste momento, ele cortou a prática de espanhol que eu fazia com Gisele, já que ela está aprendendo a língua.
Mas, como ela precisa trabalhar, isso nao foi de todo um problema. Saímos da sala de TV e fomos para o bar, onde Gisele desepenharia suas atividades nas próximas horas.
Enquanto conversávamos, chegaram três norte-americanos (outros norte-americanos surpreendentes). Chamavam-se Lis, Luís e hava uma outra menina cujo nome nao lembro. Todos, incluídos em um programa de aprendizado da lingua espanhola no Chile, falavam espanhol e eram bastante abertos ao conhecimento de novas culturas. Luís, incusive, é um grande conhecedor da história e da geografia de outros países do mundo.
Diante de tamanha simpatia, nao pude resistir em tentar ajudar Lis, quando ela me disse que iria para Salvador nesta quinta-feira.
Rapidamente, enviei um recado para Paulo, um amigo que tenho em Salvador, para saber da possibilidade de hospedá-la, juntamente com uma amiga.
E seguida, dei-lhe o e-mail de Paulo e os meus contatos, caso quisesse chegar até Aracaju.

Nenhum comentário: