domingo, 30 de dezembro de 2007

Depois de Isla Negra, Valparaíso e Viña del Mar

Saía de Isla Negra para Valparaíso e Vña del Mar ainda pleno da poesia de Neruda. No ônibus, a cabeca pedia pedacos de papel, a mao tremia de vontade de escrever todas as sensacoes que estava tendo com a descoberta de Neruda.
Ao mesmo tempo, tinha vontade de apenas entorpecer-me daquela sensacao, sofrer por nao escrever até que pudesse dupurar tudo o que havia visto. Como nao tinha mesmo como expressar os pensamentos, olhei a vista e fui deixando a paisagem do pacífico fazer parte daquele momento.
Perto de 14h cheguei a Valparaíso. Como vinha intencionado a pensar que, por ser uma cidade portuária, Valparaíso era uma cidade perigosa, nao descansei. Nao aproveitei o que a cidade tinha para apresentar. Para falar a verdade, foi essa a primeira vez que tive medo durante todo opercurso solitário que venho fazendo e nao consegui relaxar para ver o que a cidade poderia oferecer. Tinha medo de falar com as pessoas na rua, tinha medo de pedir informacoes, tinha medo de tirar fotos...
Mesmo assim, caminhei do tumultuado centro da cidade, tomado de gente devido ao carnaval e as festas de fim de ano que acontecem estes dias em Valparíso, em direcao às colinas de casas coloridas.
Por duas horas rodei por aí até descobrir que havia uma outra casa de Neruda (a Sebastiana). Fiquei com muita vontade ir. Mas, como tinha vontade de ir para Mendoza o mais rápido possível sem deixar de conhecer Viña del Mar, caminhei mais umas ruas e desci para a regiao onde podia tomar um micro-ônibus para Viña.
Evidente que nao era toda essa violência. No máximo, acontecem furtos por aí. Nada de assaltos ou seqüestros relâmpagos, como podem acontecer no Brasil. Mas, o fato de viajar só me deixou temeroso e, nao consegui relativisar a forma como as pessoas retratam Valparaíso. Eu mesmo fui preconceituoso.
Em Vña, me senti mais tranquilo. Percorri uma grande parte da orla, tirei fotos dos castelos alemaes, mas, todo o tempo, me sentia numa cidade norte-americana. Talvez, Miami. Tudo era um luxo só, os carros, os edifícios, as roupas das pessoas...
Caminhei até 18h aí e voltei para Santiago. Queria comprar passagem para Mendoza neste domingo. Nao poderia ficar mais em Santiago, o que, de fato, me faz pensar que preciso voltar para esta cidade e para o Chile de modo que possa conhecê-lo melhor. Agora, através de suas pessoas, nao de seus lugares. Assim, como consigo fazer na Argentina.

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