quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O fim do dia

Ao contrário da noite de Natal, perto das onze da manha de ontem, Valdívia foi esfriando e, à tarde fazia muito frio. O céu nublava como se fosse cair uma tempestade.

Aproveitei o clima gostoso para caminhar até a rodoviária e comprar passagem para Santiago para esta quarta-feria, à noite.

Quando voltei, Marcel e Suzanne faziam a janta para todos e, Tim, cozinhava algumas coisas para compartilhar. Seria uma boa comida vegetariana que estava por vir. De repente, chegaram Ofir (de Israel) e Renata (do Brasil) e se juntaram a nós nesse compartilhamento.

Por um momento, com uma parte das pessoas que estiveram na noite anterior, comecamos a fazer uma reflexao sobre a noite. Cada um disse um pouco de seus sentimentos, mas Marcel, com um pouco mais emocao, disse que nao se recorda de uma noite de Natal tao linda em todos os 55 anos de idade.

Isso foi muito bom de ouvir. Afinal, podia fazer parte e deixar que os outros fizem parte de um momento como aquele na vida...

No meio das reflexoes, alguém pronuncia algumas palavras específicas do modo como se fala no Chile. Isso foi suficiente para iniciarmos uma boa conversa sobre as diferencas de falar, sobre como pode soar falso quando alguém tenta assumir uma identidade que nao a sua própria no ato de falar.

Ficamos por um longo tempo discutindo isso, até que Renata comecou a relatar sua experiência em Santiago nos dias anteriores. Segundo ela, faria 30 anos no dia seguinte e queria subir o vulcao para conhecer e ficar algumas horas meditando. Ela faz um tipo de metitacao indiana que necessita passar 10 dias sem falar.

No dia anterior ao seu aniversário, andou 4 horas em ônibus, 4 horas a cavalo, 2 horas a pé para chegar até a base do vulcao. Neste lugar, encontrou um homem suico que, por coincidência, iria completar 30 anos de alpinismo no mesmo dia do aniversário de 30 anos de Renata. Ele eu abrigo a Renata e passaram toda noite conversando, até que ele a convidou para subir com ele. Pelo fato de Renata, no outro dia iniciar sua meditacao, combinaram sinais e seguiram juntos até o topo da montanha, por um caminho novo. Dormiram aí e, no ouro dia, voltaram por uma trilha mais conhecida, porém difícil, do mesmo modo que aquela pela qual subiram.


Enquanto Renata contava sua história, a temperatura caía mais e mais... resolvemos, com isso, colocar a mesa para dentro de casa, lavar a louca e assistir a um filme. Infelizmente, o filme nao nos foi possível porque acabamos nos dispersando. Mas, eu assisti um que passava na televisao Chilena. Era bem legal. O que me deixou sem entender foi que, ao final do filme, entra um mulher que fala sobre a moral do filme e se depede.


Isso é uma forma de fechar as compreensoes do filme e de nao deixar que a própria pessoa construa uma compreesao, inclusive, crítica em relacao a esta moral.

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