dia 14, o início de todo o encontro físico com uma parte da Amèrica Latina

Vamos por partes?

De Aracaju a Buenos Aires...

A ansiedade era muito grande. A cabeca estava cheia de coisas e nao conseguia dormir. Todo o tempo, parecia que estava relembrando o espanhol... meus pensamentos todos vinham em espanhol. Agora, por exemplo, tenho dificuldade de pensar em portugues para escrever estas coisas. Mas, enfim, ainda que seja difícil pensar em duas línguas, devo tentar...

Cheguei no aeroporto um pouco inseguro, porém feliz e cheio de vontade de comecar logo com isso. Resultado, atraso no vôo e aumento da ansiedade. Pelo menos, encontrei na sala de embarque quem jamais esperava encontrar naquele lugar naquele momento, dois dos bicho-grilos mais bicho-grilos e mais gente-boa da UFS, Calado e Sashi. Bom, aí foi só sorriso. Nos momentos em que Sashi nao estava "pescando", estava arrotando e falando besteira. Eu ri muito aí (espero que seja uma prévia deste grande passeio).

Chego a Sao Paulo quase na hora marcada para o embarque pra Buenos Aires. Chego no raio x e, resultado, estava carregando mais do que os 100 ml de líquidos que o Sr. Bush determinou. Ou voltava para o saguao do aeroporto e tentava despachar shapoo, líquidos de limpeza das lentes de contato, protetor solar, perfume, pasta de dentes, ou deveria descartar tudo. Desespero!

Chego na TAM e a mulher me diz: Sr., o vôo já está de partida. o Sr. vai ter que se desfazer de tudo isso. Gente... aí foi pior, lembrei que havia esquecido um par reserva de lentes de contato... fiquei preocupado em ter que chegar o dia de me desfazer destas que uso agora e ter que suportar toda a claridade, haja vista a impossibilidade de usa óculos escuros.

Fiquei muito irritado! Vim assim toda a viagem. E, quando vi que o aviao sobrevoava Buenos Aires e se distanciava, disse pra mim mesmo: onde fica este aeroporto? Logo logo descobri que fica há mais de um hora da cidade em um ônibus que vem direto para o centro.

Em Buenos Aires... chegada. E agora? Agora, nada. Sempre aparece alguém para caminhar junto.

Quando pensava que iria ser péssimo caminhar sozinho em busca de um hostel, um cara puxa conversa comigo. Era Nick, um inglês que também viaja só fugindo do frio da Inglaterra. Ele só volta pra sua casa em marco. Enquanto isso, vai permanecer caminhando pelo sul da América do Sul.

Quando chegamos ao centro, passamos mais uma hora caminhando. Tentamos três hostéis antes de conseguirmos duas vagas em um quarto coletivo, nao muito confortável, no Clan Hostel, na calle Tacuari.

Tomei aquele banho e fui comprar as coisas que o Sr. Bush me tirou. Agora, de volta, às 17h 20 min., como no horário do nordeste do Brasil, estou aqui, escrevendo sobre o primeiro encontro...

Aliás, muito importante este encontro. Foi ele que me permitiu voltar ao rumo do caminho ao qual me propus, como foi ele quem me trouxe uma companhia para a caminhada em busca de uma cama, pelo menos, por hoje.