quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A viagem para San Martín de los Andes

Se se pode dizer uma coisa sobre os ônibus na Argentina é que, apesar de ter seus horários marcados em horas cortadas como se fossem cumpridores de horários, o meu ônibus, por exemplo, sairia às 20h47min., nao estao marcados pela pontualidade britânica.
Imagine o fato de já estar há mais de uma hora com duas mochilas nas costas e ter que esperar mais meia hora até que o ônibus chegasse ao Terminal…
Quando sentei na poltrona, estava morto… só queria dormir, mas o trânsito em Buenos Aires estava muito grande. Nao havia tranqüilidade para isso.
Em alguns minutos, no entanto, quando saímos do miolo central da cidade, já começava a ter os olhos pegando…
Às 22h30min. Quando veio a janta (ônibus na Argentina serve comida), meus olhos nao consegiam abrir, mas, como a dor é quem ensina a gemer, tinha fome também e ela me dizia para acordar, pelo menos, enquanto comia.
Depois, foi só dormir, nem o ronco do senhor que estava do meu lado nem a dor que sentia no joelho direito, me tiravam o sono.
Quando acordei pela manha, estava no meio de uma regiao semi-desértica na Patagônia. Era lindo ver aqueles pradeiros amarelinhos…
Em mais 4h de viagem, a paisagem começa a mudar. De repente, ao longe, se mostra a Cordilheira dos Andes. Montanhas altas, com neve no cume…
Mais perto de San Martín de los Andes, em Junin de los Andes, vía uma montanha pontuda, cheia de neve, meio azulada, Na verdade, um vulcao (Inin). Em algum momento, ela se unia aos lagos, vales, pinheiros, flores amarelas e roxas que estavam postos ao longo da estrada. Era lindo! Aliás, nunca vi coisa tao linda em toda a minha vida. Era uma pena nao poder parar para tirar fotos. Mas, decerto, aquelas imagens ficarao guardadas na minha lembrança.
Com uma hora exata de atraso. Cheguei a rodoviária de San Martín. Mónica estava aí me esperando. Foi uma emoçao reencontrá-la depois de 6 anos. Conversamos um pouco e tomamos um táxi para a casa dela, que fica no pé de uma montanha. Se parece uma casa de bonecas. É linda! Quase toda em madeira amarelada.
Mónica preciva ir à escola onde dá aulas e me deixou em casa escrevendo as experiências de ontem, para que depois, perto de 20h30min., a encontrasse na escola. Infelizmente, toda a última tarde em Buenos Aires se perdeu. Nao sei porque, a página do blog apagou tudo. Nem rascunho havia guardado…
Com um completo desapontamento, fui tomar banho para encontrar Mónica no centro e, quando nos encontramos, foi o primeiro que lhe disse. Era nítido que me sentia mal de perder tudo o que havia pensado, que havia exposto com uma emoçao que depois nao se recupera.
Como águas passadas nao movem moinho, deixei essa conversa de lado e ficamos caminhando por San Martín, uma cidade bem pequeninha, com muito turismo, linda e, que mesmo no verao, faz frio, sobretodo à noite. Mónica conhece todo mundo. Na rua, tínhamos que parar, falar com as pessoas… o que era muito bom para mim. Era como se estivesse participando da vida daquelas pessoas sem a condiçao de turista.
Mais adiante, próximo ao lago, Mónica olhou para o céu e percebeu que estava todo laranja. Imediatamente, tirei minha câmera e comecei a sessao fotografia. Era lindo de ver o lago com um céu laranja, rosa, azul…
Passadas as fotos, voltamos caminhando até um restaurante (“Por la vida”) onde vendia comida vegetariana e ficamos por aí. Comemos, conversando até umas 22h, quando pegamos um ônibus para a casa de Mónica, que ficava um pouco afastada do centro. À parte a idade do bichinho que nos levava e fato de, em cada ponto se encher de gente, conseguimos chegar em casa saos e salvos. Com um pouco de frio, mas saos e salvos.

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